terça-feira, 27 de novembro de 2012

SENHORES MUTANTES LTDA.

      Muitas pessoas têm a idéia de que, se em nossa sociedade existissem super-seres, teriam um conceito maniqueísta de “bem contra mal”. Mas estes são os únicos caminhos? Somente isso motivaria as pessoas a utilizarem seus poderes excepcionais?
      SENHORES MUTANTES traz uma proposta um tanto incomum. Um grupo de super seres que trabalham numa empresa de demolição / reconstrução / retirada de entulho. Só que com um “plano” especial; sabe aquele super ser que volta e meia destrói sua propriedade? Aquele mutante que está acabando com a fiação elétrica de seu bairro? Por uma módica quantia adicional, capturam tal meliante. O destino dele? Existem muitos cientistas loucos para ter um super ser disponível para experiências “esclarecedoras”. Há vários governos loucos para ter uma ameaça erradicada. Talvez até um desejo pessoal de se livrar de um mutante...
      Imorais? Traidores do “movimento”? Como eles podem fazer isso com os de sua própria raça? Eles não se preocupam com isso. Eles querem esquecer suas vidas, ganhar um dinheiro, dar algum sentido a sua existência miserável.
      Não, não estamos falando de heróis. Os Senhores Mutantes não são heróis. Eles salvam pessoas, eles protegem propriedades públicas, eles tiram crianças de um prédio em chamas. Mas eles não se importam. Vão capturar super seres e vendê-los, como escravos. O capitalismo na sua face mais selvagem. 
      Terão realmente culpa? Flávio tem esposa, uma filha pequena e superforça. Ele precisa ficar meses fora de casa, pra conquistar seu sustento. Vagner é um homem de três metros, careca, efeitos de uma radiação que o permite se esticar e tornar-se líquido. Ele se considera um monstro. Paulo tem um presente preso a sua mão, que pode jogar como uma bomba de alto poder explosivo; contudo, logo outro presente surge em sua mão. Ele se sente um aleijado. E Ítalo pode alterar a composição molecular dos materiais; transformar-se em madeira, jogar raios gama, transformar um carro em açúcar. Mas ele não queria nada disso, apenas quer a cura e voltar a sua vida normal.
       São pessoas confusas, angustiadas, a todo momento tendo sua moral colocada em xeque. E sem falar nos seus antagonistas, ás vezes mais amorais que eles. Pessoas que precisam derrotar para sobreviver – seja pelo dinheiro da captura, seja para continuar vivo.
       Criado por Roberto Hollanda em 1989 (Roberto produz o premiado fanzine ARLEQUIM)  e desenhado atualmente por Cristiano Silva (autor dos já respeitados fanzines EXCLEGIUSE e CHAOTIX) , a série caminha para se tornar um dos mais ousados trabalhos no mercado de quadrinhos de super heróis!

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